"Boogeyman: Seu Medo é Real", o medo de seguir em frente.
Baseado na obra do mestre do terror, Stephen King, este é um filme sobre perdas e os fantasmas que assombram seu entorno, onde o inaudível precisa ser preservado. Os ruídos são a resposta; eles trazem os detalhes que mandam na jornada coerente e auspiciosa. Destacar o simples com dinamismo e realizar com coração é o que há de mais lindo no ato funcional de um cineasta e o público muitas vezes percebe isto e abraça com carinho. Rob Savage consegue em “Boogeyman” mais que um feito convencional, ele encontra sentido nos demônios reais e os mapeia no lúdico com eficácia.
Sadie (Sophie Thatcher) e Sawyer (Vivien Lyra Blair) acabam de perder sua mãe. Will (Chris Messina) é um pai e terapeuta que se vê no desafio de encaminhá-las para a vida adulta e vencer a saudade que sente da esposa. Neste contexto, portas rangem e cantos escuros parecem povoados por uma energia destrutiva e modeladora de sensações. Ao discorrer da história, nossos heróis questionam se é ali onde mora os seus medos reais.
Só quem perdeu alguém essencial em sua vida sabe como é sentir o pânico que se faz presente junto ao sentimento de incerteza. Encarar o medo de seguir em frente é como caminhar no escuro sem saber por onde. Mentes mais sólidas permanecem resilientes e as mais sensíveis perdem o chão e expõe sua fragilidade. Mas o que é a força e como superar a dor do luto? É sobre encarar os fantasmas todos os dias, amadurecer para vida e entender que os "monstros no armário" precisam permanecer lá, o que não quer dizer que não existam.
“Boogeyman” não é para todos, encaixa-se no tipo de cinema mais clássico, baseado na literatura de King. Entrega sustos no “timing ideal” - aqueles que Hollywood custa a aprender - e com isso, nos deparamos com uma obra que tem o que dizer e promete uma experiência que pode não marcar a vida, mas valorizar o nosso tempo com dedicação.
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